O mar anterior a nós, teus medos
Tinham coral e praias e arvoredos.
Desvendadas a noite e a cerração,
As tormentas passadas e o mistério,
Abria em flor o Longe, e o Sul sidério
'Splendia sobre sobre as naus da iniciação.
Linha severa da longínqua costa ---
Quando a nau se aproxima ergue-se a encosta
Em árvores onde o Longe nada tinha;
Mais perto, abre-se a terra em sons e cores:
E, no desembarcar, há aves, flores,
Onde era só, de longe a abstracta linha.
O sonho é ver as formas invisíveis
Da distância imprecisa, e, com sensíveis
Movimentos da esp'rança e da vontade,
Buscar na linha fria do horizonte
A árvore, a praia, a flor, a ave, a fonte ---
Os beijos merecidos da Verdade.
Fernando Pessoa
9 Comments:
"Linha severa da longínqua costa ---
Quando a nau se aproxima ergue-se a encosta...
É esta encosta intransponível que sela sonhos, fantasias, ilusões...
Agora que o nosso(teu)lapso está desfeito, deixo-te um beijo soprado do meu casulo, do qual... ñ pretendo sair.
muito legal isso q tu escreveu.Gostei tanto que retornarei mais vezes,e gostaria que me enviase teu link para eu colocar no meu blog.
Um abraço.
Bonito poema.
É bom trazer a nossa nau a bom porto onde todos os sonhos podem tornar-se realidade.
Beijos
Vim ler-te, quiçá explorar alguma inspiração para transcrever toda (ou parte) a odisseia de um casulo. Falta a coragem... não de a passar para o blog, mas de reviver tempos tão enganosos.
Beijos mil
grande poeta,,,
Quando se vira o Drácula ao contrário... caem-lhe as moedas dos bolsos... :)
passei pra desejar boa páscoa
VIM MATA A SAUDADE DESSA CASA MARAVILHOSA.
Não é o que todos desejamos, um porto seguro, onde possamos descansar??
Espero sim, que a tua Nau possa encontrar esse mesmo porto, que um cantinho seguro para repousar nunca lhe falte...
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